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Cardiotoxidade: os efeitos da quimio no coração

Diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento contra o câncer não seja prejudicado

Dentre os efeitos colaterais da quimioterapia, os mais conhecidos são a queda dos cabelos e o enjoo. Mas a cardiotoxicidade, os efeitos da quimo no coração, também deveria entrar nesta lista. Ela é bastante grave e deve receber muita atenção! Nesta matéria, explicaremos tudo a respeito.

Entenda os efeitos da quimio no coração

O coração é um importante órgão muscular, que é parte do sistema cardiovascular. É nele que todo o sangue transportado pelo organismo é bombeado, garantindo que os nutrientes e o oxigênio cheguem a todas as células.

Quando um paciente começa a fazer uso da quimioterapia para combater o câncer, ele passa a receber alguns medicamentos que podem ser bastante tóxicos para o coração, causando, assim, a cardiotoxicidade.

Esta é uma complicação que pode acontecer tanto em pessoas que nunca tiveram problemas cardíacos, como também naqueles que já têm uma doença no coração pré-existente. Os efeitos da quimioterapia no coração também podem ser apresentados logo na primeira sessão do tratamento, como até mesmo após a finalização do protocolo quimioterápico.

Por ser uma questão de saúde bastante grave, é possível que a quimio tenha de ser suspensa. Por isso, a importância de ter um onco-cardiologista na equipe, para acompanhar e tratar rapidamente o quadro, sem que o paciente seja prejudicado.

Classificação da cardiotoxicidade

São os medicamentos utilizados na quimioterapia que vão definir o tipo da cardioxicidade que o paciente apresenta:

Tipo I – É causada pelos antracíclicos, classe de quimioterápicos bastante utilizada para diversos tipos de câncer e que pode causar lesão no coração. Como a maior parte dos pacientes acabam por apresentar os problemas anos após o tratamento, por conta de dose acumulada, é possível que seja irreversível.

Tipo II – Esta não tem relação com a dose cumulativa do quimioterápico e pode causar disfunção ao invés de lesão no órgão. Por isso, é geralmente reversível. Aqui, podem entrar os inibidores da tirosina quinase e também o carfilzomib.

Complicações cardiovasculares, por conta da quimioterapia

É possível que o paciente oncológico possa apresentar:

  • Disfunção miocárdica e insuficiência cardíaca
  • Doença arterial coronariana
  • Doença valvar
  • Arritmias
  • Hipertensão arterial sistêmica
  • Doença arterial periférica
  • Hipertensão pulmonar

Todas estas exigem atenção e cuidados! Por isso, é essencial que o paciente receba o diagnóstico o quanto antes, caso apresente qualquer alteração cardíaca. Exames para analisar o coração devem fazer parte da lista de cuidados exigida pelo oncologista.

Fique atento ao seu coração!

Quando há algum problema, o corpo logo avisa. Fique de olho em sinais como:

  • Falta de ar
  • Dificuldade para respirar quando está deitado(a)
  • Dificuldade para respirar, quando vai dormir
  • Cansaço e fadiga
  • Problemas digestivos, como a diarreia
  • Aceleramento cardíaco
  • Desmaios
  • Formigamento nos braços

Quem pode desenvolver uma cardiotoxicidade?

Bem, como vimos, este problema cardíaco advindo da quimioterapia pode acontecer em qualquer paciente, seja no início ou até mesmo após o tratamento. Mas, como grupo de risco estão crianças com menos de 5 anos e adultos com mais de 65 anos; portadores de doença cardíaca pré-existente; pessoas com fatores de risco cardiovasculares, como o cigarro; mulheres; pacientes que usam muitos quimioterápicos associados.

Outro dado que chama a atenção é de um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology, que aponta a leucemia com um dos tipos de câncer que têm um risco maior para desenvolver doenças cardíacas.

Mas calma! A cardiotoxicidade tem tratamento

Na equipe multiprofissional, um onco-cardiologista ou um cardiologista serão essenciais para diagnosticar o problema cardíaco o quanto antes e dar início ao tratamento, se este for necessário. Serão avaliados: quais comorbidades no coração o paciente apresenta, qual o tipo de quimioterapia vem sendo aplicada, idade, fatores de risco. A partir de uma análise completa da saúde do paciente, o médico responsável irá definir qual a melhor terapêutica seguir.

This Post Has 2 Comments

  1. Há quase 3 anos tive um linfoma não hodgkin, e nesta semana meu médico pediu me um eletro com stein. Fiquei preocupado pois nada sinto dos sintomas apontados. Tenho 67 anos, será esse um motivo?
    Obrigado

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