Skip to content

São diferentes os tipos de tratamentos para a leucemia linfoide aguda (LLA) com bons resultados, possibilitando em muitos casos a cura da doença. Dividimos os pacientes com LLA nos que são candidatos a terapia intensiva sem e com necessidade de transplante alogênico de medula óssea a depender do risco do paciente detectado através de testes genéticos e classificados pela OMS. Em alguns casos, devido a idade e outros problemas de saúde, terapias menos intensivas são mais apropriadas.

Quimioterapia

Esta é uma das principais opções de tratamento para a leucemia linfoide aguda em adultos. Estes medicamentos são utilizados em combinação e é composto por algumas etapas que incluí períodos de maior intensificação do tratamento e períodos de menores doses de quimioterapia. Estas medicações são administradas tanto por vai oral como intravenosa.

Como todas as quimioterapias, efeitos colaterais são comuns e variam a depender da medicação utilizada. Dentre os efeitos colaterais mais observados estão feridas na boca, diarreia, enjoo e vômitos. A queda dos cabelos também pode acontecer, já que os medicamentos quimioterápicos afetam as células malignas e também as saudáveis, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos, responsável pelo crescimento dos cabelos.

O tratamento é realizado em três etapas:

Indução – O objetivo é a remissão, ou seja, não encontrar mais células cancerígenas no organismo do paciente. Nesta etapa, o tratamento é intensivo, com uso de medicamentos como por exemplo vincristina, dexametasona, prednisona e daunorubicina.

Consolidação – Se a leucemia entra em remissão, a próxima etapa será realizar ciclos de quimioterapia, utilizando medicamentos semelhantes aos da indução. Esse tratamento pode durar alguns meses e o tratamento continua sendo bastante intenso.

Manutenção – Esta é a última das etapas. Geralmente após a consolidação o paciente passa a fazer a manutenção dos resultados do tratamento, ainda utilizando medicamentos quimioterápicos, como o metotrexato e 6-mercaptopurina. Este processo pode durar cerca de 2 anos.

Sistema nervoso central (SNC) e LLA

As células da LLA têm maior predileção de atingir o sistema nervoso central (SNC) e de certa forma, ficarem escondidas e “protegidas” do efeito da quimioterapia utilizada. Sendo assim, é fundamental a análise em todos os casos da presença ou não destas células no SNC através de um exame chamado de punção lombar (coleta de liquido cefalorraquidiano – LCR). Em alguns casos, quando o paciente apresenta algum sintoma neurológico, exames de imagens são necessários.

Detectada presença de células da LLA infiltrando o SNC, tratamento intensificado com quimioterapia intratecal (quimioterapia injetada diretamente no LCR através da punção lombar) é necessário. Nos casos onde não encontramos células, a quimioterapia intratecal será realizada de maneira preventiva (profilática – menos intensificada do que no caso acima).

Terapia alvo para a LLA

Existe um subtipo de LLA que possui alvo terapêutico dirigido denominado de LLA Philadelphia positivo (Ph+). Neste subtipo ocorre uma alteração genética na célula-tronco denominada cromossomo Philadelfia (Ph+), uma translocação (fusão de uma parte de um cromossomo em outro cromossomo) em dois cromossomos, os de número 9 e 22, criando, assim, um novo gene, chamado BCR-ABL, responsável por tornar as células malignas. Classicamente, o cromossomo Philadelphia é encontrado na leucemia mieloide crônica, mas também pode ser encontrado na LLA e mais raramente nas leucemias mieloides agudas.

Este gene codifica uma proteína com atividade tirosina quinase. Este tipo de proteína está relacionado a diversos processos fundamentais, como a proliferação, diferenciação, mobilidade e sobrevivência ou morte celular.

Existem atualmente vários inibidores de tirosina quinase que podem ser utilizados como terapia alvo inibindo o gene BCR-ABL. São eles: Imatinibe, Nilotinibe, Dasatinibe, Ponatinibe e Bosutinibe.

Na LLA Ph+, esquemas de quimioterapia menos intensificados são utilizados em associação com um inibidor do BCR-ABL. Imatinibe e Dasatinibe são os mais utilizados, possuindo este uma maior penetração em SNC.

Imunoterapia para a LLA

Este tratamento objetiva que o próprio sistema imunológico do paciente reconheça e destrua as células cancerígenas.

Anticorpos monoclonais – Os anticorpos são proteínas produzidas naturalmente pelo organismo para combater as infecções. Os anticorpos monoclonais, produzidos em laboratório, tem como finalidade atacar as células cancerígenas apenas.

Dentre as opções estão o Rituximab, Blinatumomab e Inotuzumab ozogamicina.

Estes medicamentos podem ser utilizados na 1ª linha de tratamento em associação com a quimioterapia padrão, como é o exemplo do Rituximab, ou como terapia de resgate para pacientes que não responderam à quimioterapia padrão ou que ficaram com doença em quantidade mínima como ponte para um transplante de medula óssea (Inotuzumab, Ozogamicina e Blinatumomab).

Estes medicamentos podem apresentar vários efeitos colaterais, sejam efeitos comuns a todos eles como febre, náuseas, vômitos, dores de cabeça erupções cutâneas, sejam efeitos específicos para cada agente, como sintomas neurológicos com o uso do Blinatumomab.

CAR T Cell – A novidade do momento

Esta opção de tratamento tem apresentado resultados excelentes no combate à leucemia linfoide aguda refratária a várias linhas de tratamento. Nele, as células T são removidas do sangue e geneticamente alteradas, adicionando receptores específicos, denominados CAR, na superfície da célula. Após este procedimento, as células serão infundidas novamente no paciente, com o objetivo de atacar as células cancerígenas.

Alguns dos efeitos colaterais são: febre, calafrios, problemas respiratórios, confusão, além de dores muscular e na articulação.

TMO

O transplante de medula óssea é um procedimento capaz de curar a LLA. O transplante alogênico (quando a medula óssea vem de um doador HLA 100% ou 50% compatível) será a opção escolhida nos casos classificados com risco maior na classificação da OMS. Para saber mais sobre o TMO, CLIQUE AQUI

Acompanhe minhas redes sociais

Back To Top