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Está bem estabelecido o consenso de iniciar tratamento nos pacientes com sintomas CRAB:

C – Cálcio elevado

R – Insuficiência Renal

A – Anemia

B – Lesões ósseas

Recentemente, o grupo internacional de mieloma recomendou o início do tratamento nos pacientes com doença assintomática de alto risco. São os casos que o mieloma não apresenta CRAB, porém há alto risco de progressão em pouco tempo de evolução.

São várias as opções de medicamentos que compõe o tratamento do mieloma múltiplo.

Quimioterapia

Este é o tratamento mais comum. Vários medicamentos extremamente potentes no combate à doença são utilizados com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.

Sua administração é feita em ciclos, com um período de tratamento, seguido por um período de descanso, para permitir ao corpo um momento de recuperação. O uso de cateteres é necessário.

Alguns efeitos colaterais podem surgir, como enjoo, diarreia, obstipação (intestino preso), alteração no paladar, boca seca e feridas na boca (mucosite). Mas existem medicamentos que podem amenizá-los.

A queda de cabelo também costuma acontecer, pois a quimioterapia atinge as células malignas e as saudáveis também, em especial as que se multiplicam com mais rapidez, como os folículos pilosos responsáveis pelo crescimento dos cabelos.

A imunidade baixa, comum a esta fase do tratamento, pode facilitar o surgimento das infecções.

Imunomoduladores

Estes medicamentos atuam diretamente no sistema imunológico do paciente e apresentam melhores respostas.

Talidomida – Este medicamento é utilizado como primeira linha para o tratamento de pacientes refratários ou que tenham recidivado à quimioterapia. Dentre seus efeitos colaterais estão sonolência, fadiga, constipação (intestino preso) e neuropatia (fraqueza, dormência e dor principalmente nas mãos e nos pés).

Lenalidomida – Utilizado em combinação com a Dexametasona em pacientes de mieloma múltiplo recidivados e que já tenham recebido ao menos um protocolo de tratamento. Também está indicada em terapia combinada na primeira linha de tratamento, quando não é possível realizar o transplante de medula óssea e também como terapia de manutenção nos pacientes que realizaram o transplante. Dentre as ações no organismo estão a melhora das atividades das células imunes e a inibição da inflamação destas células, melhorando a ativação dos linfócitos T e das células conhecidas por natural killer (NK) – que ajudam a matar as células do câncer.

Pomalidomida – Em combinação com a Dexametasona, é indicado no tratamento de pacientes com mieloma múltiplo em recidiva (quando a doença volta), que tenham recebido pelo menos dois tratamentos prévios, incluindo a Lenalidomida e Bortezomib. Este medicamento ainda não está aprovado no Brasil.

Inibidores do Proteassoma

Bem importantes para o tratamento do mieloma múltiplo, estes medicamentos são bastante eficientes e atacam mais as células doentes e menos as sadias.

  • Bortezomibe – Indicado para o tratamento de primeira linha tanto em pacientes com ou sem indicação de transplante de medula óssea. Ainda está indicado quando o mieloma volta e o paciente já recebeu pelo menos um tratamento anterior. Ele é administrado intravenoso e tem como efeitos colaterais náuseas, vômitos, cansaço, diarreia, constipação, diminuição das taxas sanguíneas e neuropatia periférica.
  • Carfilzomibe – Também é indicado para pacientes que já foram tratados com outros medicamentos, mas que não responderam ou que a doença recidivou. Sua administração é intravenosa e os efeitos colaterais são similares aos do Bortezomibe.

Anticorpos monoclonais (imunoterapia)

Os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater infecções e outros perigos que podem representar ao organismo. Os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório com o objetivo de agir em um alvo específico. No mieloma múltiplo, as opções indicadas são:

  • Elotuzumabe – Para pacientes que receberam até três terapias prévias e não apresentaram resultados. Sua administração é intravenosa e como efeitos colaterais, pode apresentar perda de apetite, tosse e infecções do trato respiratório.
  • Daratumumabe – Indicado para aqueles que receberam ao menos um tratamento prévio e não apresentaram resultados positivos. Como primeira linha de tratamento está indicado quando o transplante de medula óssea não pode ser indicado. Dentre os efeitos colaterais estão tosse, chiado no peito, dificuldade respiratória, aperto na garganta e tontura.

Bisfosfonatos

Como vimos, o mieloma múltiplo pode provocar enfraquecimento e fraturas dos ossos. Para os pacientes que não apresentam grande quantidade de cálcio no sangue, estes medicamentos podem ajudar os ossos a se manterem fortes, já que diminuem a velocidade da perda óssea.

TMO autólogo

A depender de fatores como estadiamento da doença e condições físicas do paciente, o transplante de medula óssea autólogo (quando a medula transplantada é a do próprio paciente) pode ser a primeira opção de tratamento.

Como ele acontece:

No centro cirúrgico, as células-tronco são coletadas por meio de uma veia ou por meio de coleta direta da medula óssea, congeladas e armazenadas (criopreservação). Antes de realizar a coleta das células da medula óssea para o transplante, o paciente recebe alguns ciclos de quimioterapia para controlar e diminuir o número de plasmócitos doentes do corpo.

CONDICIONAMENTO – Após a coleta e criopreservação, o paciente é submetido a um regime de quimioterapia em altas doses, chamado de condicionamento, que tem o intuito de eliminar as células doentes. Esse regime quimioterápico leva, consequentemente, à destruição da medula óssea do paciente.

TRANSPLANTE – Após a quimioterapia, as células-tronco do paciente previamente coletadas são descongeladas e infundidas no próprio paciente, por meio de infusão intravenosa.

PÓS-TRANSPLANTE – O transplante “não acaba quando termina a infusão intravenosa”. Nesta fase ocorre a aplasia medular, período de queda do número de todas as células do sangue. Nos 100 primeiros dias após o procedimento, o paciente fica mais predisposto a infecções (devido a neutropenia) e passa a receber inúmeros antibióticos, além de medicamentos que estimulam a produção dos glóbulos brancos.

Pega da medula – Quando a medula óssea começa a funcionar novamente (geralmente em torno de 2-4 semanas após a infusão) pode-se dizer que houve a pega da medula, ou seja, o transplante obteve sucesso e a medula voltou a funcionar perfeitamente. Ainda assim, o monitoramento médico continua sendo essencial, pois mesmo após um ano do procedimento, pode vir a aparecer alguma complicação tardia.

A alta hospitalar só será possível no momento em que a medula óssea estiver funcionando bem, ou seja, produzindo as células do sangue em quantidades que protejam o paciente contra infecções e hemorragias.

IMPORTANTE! Se o paciente com mieloma múltiplo recidivar após o transplante autólogo, é possível que o especialista indique mais uma vez o procedimento. Porém, se a recidiva acontecer novamente, o TMO deixa de ser opção de tratamento.

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